quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ovo interrompido!




A Casa de Dona Yayá cancelou a temporada da encenação “O Disfarce do Ovo”!


Últimas apresentações apenas no dia 19-12-09, às 19h e às 21h.

Façam suas reservas!

Estamos organizando debate público sobre o tema: Artistas e Coletivos Artísticos em Espaços Públicos Institucionais – Diálogos e Tensões
Aguardem divulgação.


Abaixo, segue texto detalhando a situação:

A temporada de O Disfarce do Ovo, após algumas tentativas de diálogo, foi interrompida pelo Centro de Preservação Cultural da USP – Casa de Dona Yayá, sob o argumento de que o Coletivo Teatro Dodecafônico teria descumprido regras do Termo de Compromisso firmado com a casa.
O Coletivo Teatro Dodecafônico não causou nenhum dano ao patrimônio público tombado da Casa de D. Yayá (regra central do Termo firmado), ao contrário, ressaltou a preservação arquitetônica da Casa, utilizando a arquitetura como locação para o experimento cênico, sem escamoteá-la.
Um dos princípios norteadores do grupo, em sua criação artística, é não só dialogar, mas incorporar a arquitetura ao seu discurso cênico. Durante as apresentações, não só o espaço público foi respeitado, como um outro modo de olhar para essa arquitetura foi proposto, valorizando a Casa de D. Yayá e levando um público diferenciado para conhecê-la.
Diante desse impasse que vivemos hoje, entre o embate e a tentativa de conciliação com a administração da Casa, sentimos a necessidade de abrir um espaço para debatermos essa situação. Propomos e convidamos a todos para participarem de um debate público sobre as possíveis parcerias entre coletivos artísticos e instituições públicas.
Sabemos que outros artistas e coletivos artísticos passaram situações similares seja com o próprio CPC-USP, seja com outros espaços públicos institucionais que têm tentado agregar “valor” às suas ações por meio do empreendimento de ação cultural e educativa na área de artes. Entendemos que a iniciativa de realização de um debate público será benéfica para ambas as partes, tanto aos artistas que se interessam pela vivacidade dos espaços abertos à cultura, quanto às instituições que refletem sobre as melhores maneiras de compor editais e chamamentos públicos.
Gostaríamos de iniciar o debate sobre o tema por meio de nosso blog: http:// teatrododecafonico.blogspot.com.
Além disso, faremos duas últimas apresentações no espaço para, ao menos, tentar receber os espectadores que já estavam nas listas de reserva ou que haviam deixado seus nomes para voltarem à peça, pois estavam presentes em apresentações canceladas por motivo de chuva. Nelas gostaríamos de também convidar todos aqueles artistas, pesquisadores e espectadores em geral que tenham interesse pelo tema.
Por fim, é nossa intenção propor à direção da Casa de Dona Yayá a realização de um debate público com o tema “Artistas e coletivos artísticos em espaços públicos institucionais – diálogos e tensões” ainda no mês de dezembro, utilizando datas em que ocorreriam apresentações de nossa encenação.

Esse é um convite para a reflexão e o debate. Sinta-se à vontade para expressar sua opinião!

2 comentários:

  1. A interação entre intenções teatrais e as instituições que as abrigam precisa ser (dizem) clara e precisa. O problema é que a linguagem não é clara nem precisa. As brechas inevitáveis deixadas são usadas com intenções não assumidas. A origem do debate é esse. Diante do impasse, resta saber o que alega cada parte e entrar em uma definição sobre o que é "prejudicar o espaço". Eu não creio que um artista seria surdo ao apelo de manutenção de um espaço histórico como a casa de Dona Yayá. Qual é a intenção não assumida?

    ResponderExcluir
  2. Primeiramente, em nome do Coletivo Teatro Dodecafônico, agradeço pela sua contribuição, Luciano.

    Parece-me, em diferentes situações, que boa parte dos problemas de interação entre artistas/coletivos e instituições é a clareza de comunicação entre as partes. Desse modo é que leio a idéia-chave levantada nesta última postagem: brechas e intenções não assumidas.

    A burocracia cresce: chamamentos públicos, termos de compromisso, e-mails, listas de materiais utilizados; a papelada aumenta com o intuito de sanar brechas. Mas, ainda assim, entretanto, permanece a dificuldade mais básica: saber se fazer claro e preciso na interação entre os seres humanos que fazem parte das instituições ou dos coletivos. É aqui que os conflitos se desencadeiam. O objetivo, idealmente, parece ser encontrar as intenções comuns entre ambos (artistas e instituições).

    Não sei, Luciano, se estamos falando das mesmas brechas e intenções. Essa foi minha leitura, é disso que você falava?

    ResponderExcluir