quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DERIVA 24h - 40h depois


Estudos das fissuras da deriva
primeiros esboços
tubo túnel viaduto



Refletir sobre a experiência vivida. Sentir no depois, ver como de fato ficou o corpo.. o que restou.. o que transformou.... Necessárias estas ações mais radicais para que a gente se quebre, permita-se quebrar com nossas expectativas ou vícios de viver, de se relacionar... vícios de pensar e agir no mundo. A reverberação é intensa... a cabeça a mil... o corpo se recuperando, e sentindo as transformações, não tem volta.  As memórias em fragmentos aparecem enquanto imagens que ficaram marcadas no corpo enquanto vivência real e não imaginada. Nestes tempos tão virtuais mais do necessário são estas vivências e provocações no corpo. Este descontrole do corpo e do trajeto, descontrole do fim das coisas, do resultado. Estamos mesmo em uma sociedade capitalista que nos exige resposta rápida e resultado sempre. Estar na deriva durante um longo tempo descontrói com tudo isso, quebra, abre brechas, fissuras tornam-se possíveis. E é isso que me interessa. Estas rachaduras para que algo novo seja possível.... Sempre!  Eu sempre falava com amigos do tanto que gosto de fazer coisas sozinha, mas que sempre faltava algo, faltava o compartilhar com o outro a vivência. Não basta apenas contar, estar junto, compartilhar é um tipo de cumplicidade que se cria.  Uma cumplicidade e um segredo, por que a experiência mesmo que compartilhada é solitária e individual.
Mônica Lopes


Meu corpo permanece aberto e sensível. Ontem acordei com a sensação de que a eterna errância está no corpo de cada um. Tudo se move mesmo quando estou parada. Parece que se criaram novos lugares em mim. Lugares identitários a serem percorridos.  Uma sensação de infinito, um pouco como a sensação que emerge das diferentes conduções que tivemos no caminho.
Beatriz Cruz
Peças para fractais


Fotomontagens: Beatriz Cruz

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